quarta-feira, 10 de abril de 2024

DO CINEMA ENQUANTO MAGIA

No cinema narrativo (tendencialmente materialista) temos a apresentação, o conflito e a resolução, no cinema trancendental (tendencialmente espiritual) temos o quotidiano, a discrepância e o êxtase. Quais teses, antíteses e sínteses.

DA INTEMPORAL E ETERNA SABEDORIA DOS CLÁSSICOS

Horácio ensina na sua Arte Poética que um texto antes de ser publicado deverá ficar guardado pelo menos durante nove anos! Talvez seja esse o tempo necessário para as inspiradoras Nove Musas o conferirem e se for caso disso sugerirem alguma alteração... Penso cada vez mais nisto antes de escrever alguma coisa.

CINEMA (O)CULTO

Manoel de Oliveira é um cineasta espiritual, António-Pedro Vasconcelos é um cineasta espirituoso. A dupla identidade do espírito português revela-se portanto na sua plenitude a quem vê todos os filmes de ambos.

DA DESORIENTAÇÃO DA PRONÚNCIA NA LÍNGUA PORTUGUESA

Encanita-me brutalmente o facto de ouvir na telefonia e na televisão chamar campinato ao campeonato. Pergunto-me de onde terá vindo esta gente e se não há ninguém que os ensine a pronunciar correctamente, com todas as sílabas e tudo, a nossa Língua. Bendita Inglaterra, onde existe o «Inglês da Rainha», que serve de referência às classes altas, e o «Inglês da BBC», que estabelece informalmente a pronúncia oficial.  

SINAIS DO APOCALIPSE CULTURAL

Os alfarrabistas tornaram-se tão raros quanto as raridades que outrora lá encontrávamos e não faltará muito para que desapareçam pois estes tempos vulgares não gostam de coisas raras.

terça-feira, 2 de abril de 2024

ACUMULADORES VERSUS COLECCIONADORES

Portugal é um país de acumuladores. Os portugueses juntam compulsivamente tralha. Aglomeram coisas sem objectivo e têm dificuldade em desfazerem-se desses monos inúteis que guardam como se fossem preciosidades. Há algo de irracional e mesquinho nisto.
Por outro lado, existe uma minoria culta que procura e encontra objectos relacionados entre si. Estas pessoas amam verdadeiramente as obras ou as peças em causa. São, à partida, ou tornam-se, a posteriori, apreciadores e conhecedores. Reúnem assim belas colecções de objectos que vão ao encontro do seu gosto. Quadros, livros, porcelanas, discos, moedas, canetas, jóias, sinetes, pisa-papéis, selos, garrafas de vinho, fósseis, guitarras, cadernetas, pratas, etc. Note-se que mesmo com temáticas pessoais - e épocas, géneros e estilos bem definidos - estas colecções estarão sempre incompletas. Característica esta que, em vez de desmotivar, constitui um permanente estímulo para o coleccionador. Remate-se dizendo que uma coleccção é valiosa esteticamente  (e materialmente, já agora) quando obedece a uma rigorosa ordem estabelecida pelo pessoalíssimo critério do seu fundador. Destarte, torna-se intemporal.    

quinta-feira, 14 de março de 2024

ADENDA ÀS DUAS MENSAGENS ANTERIORES

Não sendo propriamente uma corrigenda mas há que dizer que os sinais Primaveris dos quais fiz o elogio nas duas anteriores mensagens têm sido por enquanto bastante raros e fugazes. Alias, também cabe aqui registar que este é um dos mais longos, frios e húmidos Invernos desde que este blogue veio a lume.

SINAIS FEMININOS DE PRIMAVERA

Devido aos charmosos vestidos primaveris das elegantes lisboetas sei que estamos às portas de uma nova Estação.

SINAIS SENSORIAIS DA ESTAÇÃO QUE SE AVIZINHA

Sei que a Primavera se aproxima porque os longos e sedosos cabelos das raparigas na flôr da idade já refulgem sob a bela luz dourada do alto Sol ainda intermitente mas já forte que anuncia o Equinócio. 

quinta-feira, 7 de março de 2024

S. TOMÁS DE AQUINO E O ETERNAS SAUDADES DO FUTURO

S. Tomás de Aquino morreu neste dia há 750 anos e 692 anos depois nasceu o autor deste blogue. 

domingo, 3 de março de 2024

DO FASCÍNIO DA LITERATURA E DO CINEMA

Um conto literário e uma longa-metragem fílmica têm em comum o facto de serem formatos narrativos que se podem e devem consumir do princípio ao fim sem interrupções em deliciosas viagens interiores de hora e meia.

A CADA MÊS A SUA ÁRVORE

Olaia florida rima com Março.

LIÇÃO DA TERRA, DOS MORTOS E DOS PAPÉIS

Metido em trabalhos de investigação genealógica sobre os meus antepassados, cujos resultados disponibilizo publicamente em vários posts do blogue Da Genealogia, chego a uma conclusão — na linha do pensamento de Maurice Barrès —, toda ela límpida e cristalina: é com a terra, os mortos e os papéis que mais se aprende. 

DAS SÍNTESES

Só vale a pena fazer uma síntese quando esta supera a tese e a antítese. 

MARÇO

Marçagão.

MÊS DE MARTE, MEU MÊS

Sinto-me sempre entre o épico e o lírico neste marcial mês das frias noites de Inverno e das quentes tardes de Verão e que é também o Março do suavemente sensual Equinócio da Primavera. 

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

AINDA O ANO BISSEXTO

Sendo este ano de 2024 bissexto, haverá, como é da praxe, Jogos Olímpicos e Campeonato Europeu de Futebol. Esta regularidade cíclica agrada ao meu lado tradicionalista do viver habitualmente.   

ANO BISSEXTO

366 dias de leitura.

DAS VOLTAS QUE A VIDA DÁ OU DA FORÇA DA TRADIÇÃO

Rapaz habituado a colégios privados, fui fazer o liceu a uma escola pública. Talvez para amortecer o impacto, o meu Pai logo me informou que lá iria encontrar vários filhos de amigos seus. Disse-me os apelidos deles e até, em certos casos, os nomes dos respectivos rebentos. Estando eu a começar uma fase etária de afirmação pessoal e correspondente parva rebeldia, mal avistava num corredor do D. Filipa de Lencastre algum dos indicados, logo fingia que os não via e passava ao largo. Retardei assim estupidamente o contacto com pessoas que estão hoje entre os meus melhores amigos. 

COERÊNCIA ESTÉTICO-DOUTRINÁRIA

Os meus estilos arquitectónico-decorativos preferidos são o portuguesíssimo D. João V e o mui europeu ocidental Art Déco. Os principais fundamentos do meu pensamento político também residem nessas duas épocas. 

DO ETERNO RETORNO

Já pressinto o reflorir da Natureza, que reanunciará assim a reentrada na Primavera.

COMO É QUE SE RECONHECE UM BIBLIÓFILO?

Quando nos reencontra, pergunta-nos o que andamos a ler.

PARA A (RE)DEFINIÇÃO DAS CLASSES SOCIAIS E DA IDENTIDADE NACIONAL

Portugal tem hoje bem consolidado um grupo social que assumiu finalmente a imposta, de fora para dentro, designação de beto. Cá para mim, dever-se-ia grafar a palavra com maiúsculas, sendo BETO o acrónimo para Bonito, Educado, Talentoso e Organizado. Importa desde já esclarecer que esta nova definição, que legitima uma mui antiga classe tradicional, rompe com o velho significado cunhado por Miguel Esteves Cardoso. E escusado seria acrescentar que o beto também nada tem a ver com o betinho, que para todos os efeitos sempre foi tido e achado como um parvinho. Há porém uma interessante e importante quantidade de sub-grupos ou tipos que se podem identificar dentro desta classe, os quais foram sendo criados com imaginação e humor, na prática sócio-cultural, sócio-profissional e até sócio-política, pelos próprios. Cheira-me que voltarei amiúde a este tema, que tem pernas para andar, mas finalizo agora esta mensagem, que já vai longa para a política da casa, deixando aos meus queridos leitores identificado e apontado o primeiro, porque mais antigo e simultaneamente mais actual, braço desta classe: o agro-beto. 
Por outro lado, aproveito para comunicar aos meus queridos leitores amigos que estou à procura de uma beta-punk para ser modelo no meu próximo projecto.    

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

PRIMUM VIVERE, DEINDRE PHILOSOPHARI

Primeiro viver, depois filosofar. Que assim seja, mas, no sentido etimológico de vida enquanto experiências vividas. Isto é, por exemplo, primeiro viajar e só depois pensar e escrever sobre os lugares visitados.

TRÊS IRMÃS SÁBIAS E INSEPARÁVEIS

Filosofia, História e Genealogia.